sábado, 19 de maio de 2012

A Geração Videogame e os profissionais de TI


No inicio desse ano passei aproximadamente 5  horas na game on, uma exposição internacional de videogames no MIS (Museu da Imagem e do Som) em São Paulo. 


O grande barato da Game On é que podíamos jogar, de grandes clássicos à FIFA 2012. Como grande fã de vídeogames e já passado dos 30 passei parte do tempo nos velhos clássicos e eis que me deparo com uma situação do qual me inspirou esse relato.

Eu jogava o bom e velho pitfal, um clássico do Atari criado pela Activision onde em meados dos anos 80 eu e meu irmão passávamos horas diante da TV pendurados em cordas, pulando sobre a cabeça de crocodilos e escorpiões, até que em determinado momento um garoto de no máximo 12 anos de idade começa a jogar, eu todo empolgado começo a falar do jogo, o moleque vai em frente, passa por umas cinco telas até que “morre” e claro ele precisa retomar o jogo desde o inicio. Para meu espanto o garoto se vira para mim e diz “Como assim, tenho que reiniciar tudo, não quero jogar mais isso” e se manda.

Como já disse sou um grande  fã de vídeo-games e recentemente terminei God of War 3, um jogaço, perfeito – jogabilidade, gráficos, trilha sonora, roteiro, simplesmente demais, mas ao interagir com aquele garoto diante do pitfal lembrei o God of War 3 e de uma situação que venho enfrentando nas ultimas semanas.



Para quem não sabe em GOW 3, e na maioria dos jogos da nova geração, apesar de toda evolução tecnológica percebi que eles prestam um grande desserviço à sociedade – por conta de seus diversos checkpoints e autosave a vida do personagem é muito facilitada, quando o todo poderoso Kratos (o mocinho do jogo) falha, ele recomeça indefinidamente de onde parou, simples assim, e o que é mais assustador ao falhar sucessivamente em um mesmo desafio o jogo lhe convida a supera-lo alterando o nível de dificuldade para algo inferior, um absurdo e se o problema persistir, nossos jovens jogadores simplesmente desistem dele e pegam um segundo jogo da pilha de jogos que ganhou do papai – ou seja, cansei disso – desisto.

Senhores, sem querer generalizar ou criar estereótipos, mas essa geração vídeogame tem levado para sua vida profissional o Kratos em God of War – são invencíveis, impacientes, mimados, sem comprometimento, desistem fácil, e ao depararem com alguma grande dificuldade, simplesmente abandonam o jogo e partem para o próximo.

Recentemente realizei um exaustivo processo seletivo para contratação de mais de 15 profissionais - a maioria desenvolvedores pleno e seniors, e para minha surpresa um dia me aparece um dignissímo, sem formação na área e que declaradamente havia pouco mais de 4 meses de contato com banco de dados e segundo ele, resolveu todos os problemas da sua empresa e por isso estava saindo de lá pois não é mais junior – ok John Nash escreveu sua teoria dos jogos aos 21 anos, aos 15 Mozart já havia composto mais de 20 sinfonias e aos 13 Bob Fisher jogou a partida do século, mas o fato é que nossos colegas não tem a menor paciência na carreira, aliás quem nunca viu um “expert” em javascript brigando pelo cargo de gerente de desenvolvimento ?!?

E o que dizer daqueles que nos primeiros sinais de dificuldade (sejam problemas técnicos, relacionamento entre colegas, cliente e/ou chefe)  se mandam para o próximo emprego, sem o menor comprometimento com seus projetos, seu empregador e pior seu cliente !!


Bom meu amigos, o fato é que precisamos viver bem todas as fases de nossas carreiras, a construindo de maneira sólida, através da obtenção de conhecimento técnico e principalmente experiência. Entendo que só assim teremos uma vida corporativa longa e próspera, como diria nosso velho amigo vulcano – o sábio dr. spok.

Grande abraço e até a próxima…

PS:: Esse artigo foi originalmente publicado no TI Especialistas http://www.tiespecialistas.com.br/2012/04/a-geracao-videogame-e-os-profissionais-de-ti/

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